quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Rebelde por sua própria causa.

Esta semana eu queria falar tantas coisas na coluna, que faltará espaço. A primeira foi uma experiência que tive na semana passada. Minha mãe acreditou que havia colocado algumas coisas importantes no lixo e estava muito apreensiva. Então me ofereci para ir até o lixão com ela e dar uma procurada. Apesar do frio e do lodo, foi muito bom ter ido até lá. Pudemos conhecer a senhora que trabalha lá, que assim como a “mãe Lucinda” adotou 3 filhos, sendo a menor, de 1 ano e meio com síndrome de down! Eventualmente nos queixamos de coisas pequenas e deixamos que estas pareçam grandes problemas nas nossas vidas, às vezes estes problemas até são ligados ao TER.
Como se não bastasse esta lição, ela me informou que o filho, que trabalha com ela, está na faculdade, estuda publicidade e propaganda na Unisc! Aí vemos nas redes sociais as pessoas postando frases indicando que vão para a aula como um grande sacrifício, por vezes vindo de adolescentes que nem trabalham, ganham a faculdade de seus pais e passam a tarde na internet! Realmente, ir para a faculdade parece um sacrifício! Ou outros, estagiando 6 horas, sentados em uma sala com ar condicionado, e reclamando ter que trabalhar, ou postando aqueles comentários de “chega sexta-feira” na internet.
Nesta semana fui a uma palestra do David Coimbra, e ele comentou exatamente o que penso. A caminhada pelo consumo não tem trazido felicidade para a população. A caminhada é trabalhosa e nunca chega ao sucesso, pois sempre estaremos em busca de outra coisa. Estudar ou trabalhar, na verdade, não é prazeroso e nem é algo que queremos. É um sacrifício em busca do consumo.

Vemos os adolescentes revoltados com o país, mas saindo da escola e subindo a Othelo Rosa pela rua, como se não houvesse calçada ou perigo. Jogando o lixo no chão, como se não fizessem parte do todo, como se não houvessem regras para eles. É fácil julgar e reclamar de coisas pelas quais eu não sou responsável. Ou reclamar do governo e dos governantes quando eu, como cidadão, não faço a minha parte.

Daphne Becker, Publicitária.
Ed. 23/08/13

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